quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Produção de Sons e Ecolocalização

A maior densidade da água, comparada com o ar, faz com que os sons sejam
transmitidos por distâncias maiores neste meio. Os cetáceos e pinípedes produzem uma
grande variedade de sons, tanto dentro como fora d’água, que servem para comunicação,
ecolocalização e captura de presas (Tabela 2). A maioria dos sons aéreos produzidos pelos
pinípedes são gerados na laringe. As lontras produzem vocalizações de baixas intensidade
e freqüência, similares às dos pinípedes. Os sirênios produzem sons modulados de baixa
freqüência (“assobios”), possivelmente se originando na região frontal da cabeça, similar às
baleias. Estas últimas, apesar de possuírem uma laringe não apresentam cordas vocais, e
se supõe que a produção dos sons seja feita nos seios cranianos.
Os odontocetos possuem o mais complexo sistema de produção e recepção de sons
dos mamíferos marinhos. A geração do som se faz em uma série de sacos nasais
localizados logo abaixo do orifício respiratório, em um complexo estrutural denominado
bursa dorsal/museu de singe. A este sistema de geração está ligado uma estrutura de
direcionamento e propagação, denominada de melão. Este corresponde à “testa” globosa dos golfinhos, e é formado por lipídeos de baixa densidade, servindo como uma lente
acústica para formar um feixe acústico focalizado. Já a recepção é feita principalmente
através de uma janela acústica localizada nas mandíbulas, onde o osso é excepcionalmente
fino. Esta área é preenchida por um corpo gorduroso (líquido à temperatura do corpo) que
se liga diretamente aos ossos do ouvido médio, o complexo timpâno-periótico. Este corpo
gorduroso age como um canal de baixa densidade para transmissão de sons.
Uma das características mais interessantes dos odontocetos foi o desenvolvimento
da ecolocalização. O processo de ecolocalização se dá através da geração e emissão de
curtos pulsos sonoros e a recepçào de seus ecos, após terem refletido em algum objeto. Ao
analisar o tempo que o eco levou para retornar, o animal pode estimar distâncias, e através
das mudanças no pulso sonoro podem detectar o tamanho e forma do objeto.

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